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segunda-feira, 28 de março de 2011

Literatura barroca

Em sua estética, o barroco revela a busca da novidade e da surpresa; o gosto pela dificuldade, pregando a idéia de que se nada é estável tudo deve ser decifrado; a tendência ao artifício e ao engenho; a noção de que no inacabado reside o ideal supremo de uma obra artística.A literatura barroca se caracteriza pelo uso da linguagem dramática expressa no exagero defiguras de linguagem , de hiperbóles, metáforicos,anacolutos e antítese.O homem do barroco buscava a salvação ao mesmo tempo que queria usufruir dos prazeres mundanos,daí surgiram os conflitos.É o antropocentrismo (homem) opondo-se ao Teocentrismo (Deus).O homem deste período está entre o céu e a Terra. Mesmo se valorizando, ele vivia atormentado pela idéia do pecado,então vivia buscando a salvação.E se destacam as seguintes características :
1-Culto dos contrastes.(presença da antítese).
[claro/escuro
vida/morte
tristeza/alegria]                                                                                                                                   2-Pessimismo  
3-Intensidade;(presença da hipérbole)                                                                                            4-Linguagem muito rebuscada


Outra grande caractéristica da Literatura Barroca é a ultilização do termo Carpe diem que apesar de não ser um termo exclusivo do barroco ele se destaca pela consciência que o homem têm de que a vida é passageira e que por isso deve pensar na salvação espiritual. Todavia ao mesmo tempo sente o dejeso de goza-la e consequentemente pecar por isso a literatura barroca é marcada pelo dualismo de ideias que refletem o conflito espiritual.

domingo, 27 de março de 2011

O grande pintor brasileiro:Manuel da Costa Ataíde

Um  grande  e importante pintor genuinamente brasileiro barroco é Manuel  da Costa Ataíde nascido em Mariana,MG(1762-1837). Seu primeiro trabalho conhecido é a encarnação de duas imagens de Cristo para o santuário de Nosso Senhor Bom Jesus de Matosinho.
Este pintou anjos mulatos e madonas mestiças.Decorou obras arquitetônicas em cores tropicais,preferindo amarelo,azul-claro e vermelho-claro. Recebeu atestado de professor das artes da arquitetura e pintura em 1821 e inclusive realizou diversas obras com Aleijadinho.

Interior da Igreja de São Francisco de Assis,
em Ouro Preto (MG), projetada por Antônio
Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
A pintura no teto é de Manuel da Costa Ataíde
Teto da igreja de São Francisco de Assis,Ouro Preto,MG
Seus grandes trabalhos incluem os tetos em que o efeito artístico causa impressão de movimento,como na igreja de São Francisco de Assis,em Ouro Preto. Uma madona mulata,muito parecida com a namorada de Ataíde, parece estar subindo aos céus, acompanhada por dúzias de anjos mulatos. Acredita-se que o anjo aos pés de Maria seja uma alusão a Aleijadinho. Ele está colocando o caibro de aleijado aos pés da Virgem. Como Ataíde também era músico,pintava os anjos musicais com muitos detalhes.

Sua última obra conhecida é a "Ceia"(concluída pouco tempo antes de morrer), do salão nobre do antigo Colégio do Caraça, salva do incêndio que destruiu o local em 1968.

Ceia,Ataíde

quinta-feira, 24 de março de 2011

Teatro Barroco
 O teatro barroco teve sua época de esplendor na chamada era elisabetana na Inglaterra, na Comédia Nova, na Espanha, e no período neoclássico francês. No terreno narrativo, os novelistas preocupavam-se em revelar a sociedade de forma mais realista e sempre crítica. 

Quando falamos em Barroco em teatro, podemos associar o termo Classicismo. Ao contrário das Artes Visuais, o Teatro Barroco não é um estilo inicialmente voltado ao cristianismo, como algumas pinturas por exemplo.

(Esse período do teatro é uma época em que as tragédias gregas são muitos valorizados), por várias vezes são feitas releituras literalmente.

Molière escreve comédias inicialmente e podemos identificar elementos da commedia dell' Arte nelas. Sua mais conhecida obra é "Tartufo", que eu também chamo de usurpador.

No espaço teatral temos alvenaria e teto, o que ocasiona um aperfeiçoamento da luz. Que ainda não é cênica. Mas serve apenas para tornar a cena visível. Não cria com a luz ainda.

O cenário ao contrário do elisabetano é realista, ou seja, procura recriar totalmente o ambiente.

    TEATRO NO BRASIL

 É pouco conhecido, pois a publicação de textos era proibida na colônia. Predominam os autos religiosos, encenados pelos padres jesuítas desde o início da colonização, mas também se desenvolve um teatro profano. Um dos poucos autores a ter suas obras conhecidas é o baiano Manuel Botelho de Oliveira (1636-1711).


Arquitetura Barroca

O barroco é libertação espacial, é libertação mental das regras dos tratadistas, das convenções, da geometria elementar. É libertação da simetria e da antítese entre espaço interior e exterior. Por essa ser a vontade, de libertação, o barroco assume um significado do estado psicológico de liberdade e de uma atitude criativa liberta de preconceitos intelectuais e formais. É a separação da realidade artística do maneirismo. A arquitetura barroca ocorreu em vários países católicos da Europa como Itália, Áustria, Espanha e Portugal. Países protestantes como a Inglaterra não apresentam a arquitetura barroca. A arquitetura barroca se destaca em Igrejas ,santos e esculturas ligadas a religião. Na trajetória do barroco também devemos contabilizar o papel exercido pela Igreja, preocupada naquele momento em frear os avanços do protestantismo e da renascença. O enfraquecimento do poder católico promoveu a disseminação dessa arte sinuosa e dramática utilizada como meio de reafirmação dos valores cristãos por meio de imagens que pretendiam causar impacto semelhante ao das esculturas. Não por acaso, o barroco nasce na Itália, centro do poder católico, e ganha igual força entre os países ibéricos.

A história e atributos de santos e mártires católicos se viam representados com bastante freqüência na pintura, nas esculturas e construções do período. Os elementos eram dispostos de uma maneira pouco assimétrica, assumindo na maioria das vezes uma organização diagonal. Paralelamente, podemos também destacar um tipo de realismo que tentava captar situações cotidianas vividas por pessoas simples, propondo um contraste à reprodução das autoridades monárquicas que se firmavam na época.

Na pintura barroca podemos destacar algumas importantes obras como “Cristo em Casa de Marta e Maria” (1578), do pintor italiano Tintoretto; “Deposição de Cristo” (1602), de Michelangelo Merisi da Caravaggio; “Espólio” (1579), do pintor espanhol El Greco; “A Lição de Anatomia do Doutor Tulp” (1632), do artista holandês Rembrandt Harmenszoon van Rijn; e “Moça com brinco de pérola” (1665), do pintor Johannes Vermeer.

Na escultura e na arquitetura também possuímos um grande acervo de obras barrocas onde damos especial destaque a obras como “Êxtase de Santa Teresa” (1645 – 1652), do escultor italiano Gian Lorenzo Bernini; a “Igreja de Santa Maria della Pace” (1656 – 1657), projetada por Pietro de Cortona; “San Carlo alle Quattro Fontane”, do construtor italiano Francesco Borromini.
 No Brasil Colonial, a presença dos jesuítas teve grande importância no processo de disseminação do cristianismo católico no interior da colônia. Não por acaso – visando aperfeiçoar suas ações missionárias – os jesuítas trouxeram da Europa as influências estéticas de cunho fortemente religioso que marcaram o estilo barroco. Na maioria das vezes, esse tipo de criação se manifestou na construção de igrejas e imagens religiosas que tomavam campo nos centros urbanos do país.

Chegando ao Brasil, as construções de traço barroco se lançavam aos olhos de uma população mista formada por alfaiates, ambulantes,
funcionários públicos, indígenas, escravos e vadios. Essa população, na maioria das vezes, só conseguia compreender o sentido dos valores religiosos afirmados pela catequese com a imponência de imagens ricas onde a complexa ornamentação pretendia reafirmar o caráter sagrado dos santos e templos religiosos.

De forma geral, as obras e construções barrocas eram fabricadas a partir do uso de pedra-sabão, barro cozido e madeira policromada ou dourada. Além disso, existe uma visível preocupação em se reproduzir movimentos de conteúdo dramático, o uso de linhas curvas, a preferência por construções de porte grandioso e o uso de um impacto visual capaz de chamar
atenção dos apreciadores. Geralmente, o barroco tenta exprimir uma religiosidade de princípio medieval com a sofisticação da arte renascentista.

Entre os principais representantes desta arte podemos destacar o escultor Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho, e o pintor Manuel da Costa Ataíde. Ambos viveram o auge do barroco no Brasil, na passagem do século XVIII para o XIX, promovendo um estilo próprio que tendeu a eliminar alguns dos excessos perceptíveis nas obras que tinham maior aproximação com o barroco
desenvolvido no Velho Mundo.

O valor educativo lançado à arte barroca é percebido na dinâmica dos elementos trabalhados em suas principais obras. A tensão entre o medieval e o renascentista pode ser observada no uso de imagens austeras combinadas com a sofisticação dos ornamentos. Paralelamente, os itens acessórios tinham um valor narrativo onde o observador poderia identificar um santo e sua história através do dragão de São Jorge ou a chave dos céus carregada por São Pedro.

O aparecimento desses artistas no ambiente colonial indicava um período de relativa prosperidade material nas cidades e vilas que se enriqueciam graças aos recursos trazidos pela exploração do ouro, a partir do século XVIII. Em muitos casos, essa nova situação fazia com que mulatos e outras figuras marginalizadas do mundo colonial alcançassem prestígio ou um interessante meio de sustentação.

Dessa maneira, podemos ver interessantes situações históricas por meio do desenvolvimento de tal arte no Brasil. Uma das mais intrigantes se remete à formação de um mercado consumidor dessa arte de caráter fortemente religioso. As irmandades, igrejas e particulares eram os principais consumidores das construções arquitetônicas e imagens barrocas. Atualmente, o barroco possui grande valor histórico e estético e tem a maioria de suas obras concentradas em regiões do interior mineiro e no Nordeste.

Poesia Barroca Brasileira


Uma das principais referências do barroco brasileiro é Gregório de Matos Guerra,
poeta baiano que cultivou com a mesma beleza tanto o estilo cultista quanto o conceptista .Formado em Direito pela universidade de Coimbra,passou parte de sua vida em Portugal e parte no Brasil,vivendo na Bahia.Embora casado pela segunda vez,era boêmio e mulherengo.Criticou tudo e a todos : a incapacidade administrativa dos portugueses e brasileiros bajuladores ; o clero ; a corrupção e o relaxamento de costumes.Irreverente,suas sátiras lhe valeram um exílio temporário em Angola, na África.Voltando,vai morar no Recife,onde morre pouco depois.
Sua obra poética costuma ser dividida em três tipos principais:satírica, lírica, e sacra. Ao que se sabe, Gregório de Matos nunca publicou um livro de seus poemas.As edições atuais baseiam-se em coletâneas feitas,á época,por seus amigos e admiradores.
  • Poesia Satírica:que lhe valeu o expressivo apelido de Boca de inferno. Dono de um ferino senso critico e capacidade de improvisação, a todos ele atinge com seus versos irreverentes e mordazes.Alem de criticar em seus versos fatos injustos ocorridos na Bahia e de  não poupar em sua linguagem crítica a todas as classes da sociedade :administração publica, a justiça, a igreja,o comercio a negros, brancos,mulatos... e amava as mulatas.A poesia sátira faz parte das poesias mais originais de Gregório de Matos(pois fugia dos padrões estabelecidos pelo Barroco Europeu e empregava uma língua portuguesa diversificada cheia de brasileirismo).Por isso pode ser chamada de poesia realista e brasileira.
Neste soneto por exemplo ele “descreve o que era realmente naquele tempo a cidade da Bahia .“

A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana e vinha;
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.

Em cada porta um bem freqüente olheiro,
Que a vida do vizinho e da vizinha
Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha,
Para o levar à praça e ao terreiro.

Muitos mulatos desavergonhados,
Trazidos sob os pés os homens nobres,
Posta nas palmas toda a picardia,

Estupendas usuras nos mercados,
Todos os que não furtam muito pobres:
E eis aqui a cidade da Bahia

  • A poesia lírica:Gregório de Matos cultivou três vertentes da poesia lírica:a religiosa, a amorosa e a filosófica.
A lírica amorosa é fortemente marcada pelo dualismo amoroso carne/espírito.A mulher,muitas vezes,é a personificação do próprio pecado, da perdição espiritual.Nesses poemas transparece,muitas vezes,o idealismo renascentista.O mundo dos sentimentos e das emoções  é exposto por meio de uma linguagem trabalhada com metáforas, antíteses,hipérboles, trocadilhos.Eis um soneto típico de seu lirismo:

Minha rica mulatinha,
desvelo e cuidado meu,
eu já fora todo teu,
e tu foras toda minha;

Juro-te, minha vidinha,
se acaso minha qués ser,
que todo me hei de acender
em ser teu amante fino pois
por ti já perco o tino,
e ando para morrer.
A lírica filosófica: Destacam-se textos que se referem ao desconcerto do mundo e as frustrações humanas diante da realidade. E também poemas em que predomina a consciência da transitoriedade da vida e do tempo. Observe esse exemplo onde o autor moraliza o Poeta nos Ocidentes do Sol a Inconstância dos Bens do Mundo
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.





  • A lírica religiosa:Obedece aos princípios fundamentais do Barroco Europeu,fazendo uso de temas como amor a Deus,além da freqüente duvida entre o pecado e a virtude. O eu-lírico, muitas vezes, se comporta como advogado que faz a própria defesa diante de Deus (para tal, usava, até mesmo, trechos da Bíblia).Observe esse exemplo de arrependimento e reconhecimento do autor ao se dirigir a Deus.

Pequei Senhor: mas não porque hei pecado,
Da vossa Alta Piedade me despido:
Antes, quanto mais tenho delinqüido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida, já cobrada,
Glória tal, e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na Sacra História,

Eu sou, Senhor, ovelha desgarrada;
Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória

Música barroca

A palavra Barroco é provavelmente de origem portuguesa, significando pérola ou jóia no formato irregular. De início era usada para designar o estilo de arquitetura e da arte do século XVII, caracterizado pelo excesso de ornamentos. Mais tarde, o termo passou a ser empregado pelos músicos para indicar o período da história da música que vai do aparecimento da ópera e do oratório.
A música barroca é geralmente exuberante: ritmos enérgicos, melodias com muitos ornamentos, contrastes de timbres instrumentais e sonoridades fortes com suaves.

Música vocal

Orfeu, do compositor Montoverdi (1567-1643) escrito no ano de 1607 é a primeira grande ópera. Ópera é uma peça teatral em que os papéis são cantados ao invés de falados. A ópera de Montoverdi possuía uma orquestra formada de 40 instrumentos variados, inclusive com violinos, que começavam a tomar lugar das violas.
Nascido na mesma época da ópera, o Oratório é outra importante forma de música vocal barroca. O oratório é um tipo de ópera com histórias extraídas da Bíblia. Com o passar do tempo os oratórios deixaram de ser representados e passaram a ser apenas cantados. Os mais famosos oratórios são os do compositor alemão Handel  (1685-1759), do início do século XVIII: Israel no Egito, Sansão e o famoso Messias e muitos outros.

Música instrumental

Durante o período barroco, a música instrumental passou a ter importância igual à da música vocal. A orquestra passou a tomar forma. No início a palavra ‘orquestra’ era usada para designar um conjunto formado ao acaso, com os instrumentos disponíveis no momento. Mas no século XVII, o aperfeiçoamento dos instrumentos de cordas, principalmente os violinos, fez com que a seção de cordas se tornasse uma unidade independente. Os violinos passaram a ser o centro da orquestra, ao quais os compositores acrescentavam outros instrumentos: flautas, fagotes, trompas, trompetes e tímpanos.



A Cantata merece a transcrição de um trecho do seu texto por ser também um bom exemplo da retórica típica da época:
(…)
"E bem que quis a mísera fortuna,
que vos fosse molesta e que importuna
a hospedagem, Senhor, desta Bahia.
"Sabem os céus e testemunha sejam,
que dela os naturais só vos desejam
faustos anos de vida e saúde,
de próspera alegria, pela afável virtude
de vossa generosa urbanidade,
com que a todos honrais, desta cidade!
(…)
"Oh! Quem me dera a voz, me dera a lira
de Anfião e de Orfeu, que arrebatava os montes
e fundava cidades, pois com elas erigira
um templo que servisse por memória
e eterno monumento à vossa glória!
(…)
"Oh! Se também tivera o canto grave
da filomela doce e cisne suave,
vosso louvor, sem pausa, cantaria,
com cláusula melhor, mais harmonia."[45]



Principais compositores Barrocos
A Corelli - 1653/ 1713
A Scarlatti - 1660/ 1755
A Vivaldi - 1678/ 1741
D Scarlatti - 1685/ 1757
Henry Purcell - 1659/1695
George Philipp Telemann - 1681/1767
J. S. Bach - 1685/ 1750
J. F. Haendel - 1685/ 1759
Jean-Philippe Rameau - 1683/ 1764
José Antônio Carlos Seixas - 1704/ 1742




                               Literatura Barroca

 Literatura barroca é uma área da literatura ocidental, produzida sobre tudo no século XVII, teve a sua compreensão e interpretação crítica extraordinariamente aprofundada e esclarecida graças à introdução no uso crítico e historiográfico do conceito de barroco literário.
 O modelo barroco difundiu-se pela Europa, partindo da Itália. Desenvolveram-se durante esse período a poesia metafísica, a prosa filosófica moral, a narrativa e o teatro. Dois típicos modos de produção literária são o Cultismo e o Conceptismo, ambos surgidos na Espanha. O primeiro, usando de fortes recursos estilísticos, atingiu o obscurecimento do sentido e o segundo visava à agudeza de expressão.
  O barroco é o estilo artístico e literário, e mesmo o estilo de vida, que encheu o período entre o final do século XVI e o século XVIII, em todos os povos do Ocidente, com variantes locais de tempo e fisionomia artística, embora com unidade de características estéticas e estilísticas. 

Caricaturas Padre Antônio de Matos














quarta-feira, 23 de março de 2011

Prosa Barroca Brasileira

   A prosa romântica brasileira é uma reprodução dos temas primordiais deste período: o indivíduo e a tradição. Assim como ocorrera no resto do mundo, o romance foi, a partir do Romantismo, um excelente índice dos interesses da sociedade.
    As instituições religiosas tinham grande peso na vida cultural do país nesta época. Destaca-se a figura de padre Antônio Vieira, modelo da prosa clássica portuguesa, que tinha intenções claras de assumir na vida pública. Os seus textos oratórios revelam um grande virtuosismo na argumentação e na procura de efeitos de surpresa, entusiasmo e espanto sobre o auditório, quer tratasse de questões morais ou políticas e sociais.










        PADRE ANTÔNIO VIEIRA



Nasceu em Lisboa, em 1608, e morreu em Salvador, foi preso na Bahia, em1697. Em 1614 veio para o Brasil, estudando no Colégio Jesuítico da Bahia. Ordenado em 1635, dedicou-se à catequese dos indígenas. Em 1661 foi preso em Portugal por conta de suas idéias sebastianistas e defesa aos cristãos novos (judeus convertidos). Impedido de pregar por ordem da Inquisição, foi preso mais não cumpriu a pena. Solto, seguiu para Roma e mais tarde tornou-se orador da corte da Rainha Cristina da Suécia. Voltou ao Brasil e morreu enquanto se dedicava ao ensino e a seus sermões. Foi o maior pregador do Barroco, graças à sua cultura e a sua capacidade de persuasão. Suas obras mais importantes são Sermões (15 volumes, editados entre 1679 e 1718); História do Futuro (1718) e Cartas (1925-1928).
  O Sermão da Sexagésima é provavelmente seu sermão mais famoso, abaixo veremos esse sermão:

    "Fazer pouco fruto a palavra de Deus no Mundo, pode proceder de um de três princípios: ou da parte do pregador, ou da parte do ouvinte, ou da parte de Deus. Para uma alma se converter por meio de um sermão, há-de haver três concursos: há-de concorrer o pregador com a doutrina, persuadindo; há-de concorrer o ouvinte com o entendimento, percebendo; há-de concorrer Deus com a graça, alumiando. Para um homem se ver a si mesmo, são necessárias três coisas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelho e olhos, e é de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister luz, há mister espelho e há mister olhos. Que coisa é a conversão de uma alma, senão entrar um homem dentro em si e ver-se a si mesmo? Para esta vista são necessários olhos, e necessária luz e é necessário espelho. O pregador concorre com o espelho, que é a doutrina; Deus concorre com a luz, que é a graça; o homem concorre com os olhos, que é o conhecimento. Ora suposto que a conversão das almas por meio da pregação depende destes três concursos: de Deus, do pregador e do ouvinte, por qual deles devemos entender que falta? Por parte do ouvinte, ou por parte do pregador, ou por parte de Deus? (...) 
Antigamente convertia-se o Mundo, hoje porque se não converte ninguém? Porque hoje pregam-se palavras e pensamentos, antigamente pregavam-se palavras e obras. Palavras sem obra são tiros sem bala; atroam, mas não ferem. (...) Para falar ao vento, bastam palavras; para falar ao coração, são necessárias obras. Diz o Evangelho que a palavra de Deus frutificou cento por um. Que quer isto dizer? Quer dizer que de uma palavra nasceram em palavras? -- Não. Quer dizer que de poucas palavras nasceram muitas obras. (...) A razão disto é porque as palavras ouvem-se, as obras vêem-se; as palavras entram pelos ouvidos, as obras entram pelos olhos, e a nossa alma rende-se muito mais pelos olhos que pelos ouvidos". 
P. António Vieira, Sermão da Sexagésima, 1655.


Dentre outros os cinco principais sermões de Pe. Antônio Vieira são:




                      
                            VÍDEO SOBRE PADRE ANTÔNIO VIEIRA







quinta-feira, 17 de março de 2011

Barroco e sua inflência no Brasil



                                                          BARROCO: origens e características



























O Barroco foi um importante movimento artístico e cultural que vigorou na Europa e América Latina ,sobretudo durante o século XVII(1601-1700).Os historiadores usavam o termo Barroco para falar da arte que prevalecia nesta época,considerada bizarra ou estranha demais para merecer um estudo serio.Complexo e controvertido,o Barroco marcou profundamente a arquitetura ,a escultura á pintura ,a música e a literatura . Originou-se no século XVII,mais precisamente na Itália, e estendeu-se até o século XVIII.
O barroco se opõe à arte que surgiu antes,chamada renascentista.
Para compreender a arte renascentista, as pessoas usavam mais o raciocinio do que a emoçao. Voltada para o intelecto,essa arte era produzida para a minoria, a elite aristocratica.
A arte barroca, ao contrario, apelava para a imaginação, para os sentidos e emoções. Por esse motivo, esse estilo de arte estava mais próximo do povo.
A religião determinou muitos aspectos da arte barroca. Como a igreja catolica romana queria combater a propagação do protestantismo,insentivou a arte dramatica, realista e emocional, para seduziir os fiéis a continuar no catolicismo.
A situação politica também influenciou o mundo da arte. Os reis da Espanha e da França apoiaram a criação de obras de artes grandiosas para mostrar a magnificiencia de seus reinos.
Para compreendermos melhor o porquê das características do Barroco é necessário uma rápida olhada no panorama social da época.


Panorama mundial
Panorama brasileiro
Características
Principais autores e obras
  • Portugal sob o domínio espanhol.
  • Atuação da Companhia de Jesus .
  • Catolicismo X protestantes
  • Absolutismo.
  • Aumento da influência da burguesia na Europa.
  • Desenvolvimento do capitalismo mercantilista


  • Ciclo da cana-de-açúcar
  • Invasões holandesas
  • Revolta dos irmãos Beckman (1684)
  • Guerra dos Mascates (PE/1710
  • Tentativa de unir valores opostos
_Renascimento X
Contra-Reforma
_Mitologia X catolicismo
_Teocentrismo X
Antropocentrismo
  • Antíteses, metáforas, hipérboles,
  • Homem angustiado
  • Rebuscamento, exagero, extravagância,
  • Cultismo(Gangorismo)e  Conceptismo.
  • Bento Teixeira
_Prosopopéia
  • Gregório de Matos Guerra
_Poesia sacra
_Poesia lírica
_Poesia graciosa
_Poesia satírica
_Ultimas
  • Padre Antonio Vieira




























Com o choque do mercantilismo e a retomada dos valores medievais ,tal como queria o espírito contra-reformista,gerou um estilo marcado pela tensão ,pelo exagero e pelo pessimismo .Foi nessa tendência que a arte barroca ganhou espaço e passou a inaugurar um novo período na arte européia, que já havia experimentado dos valores estabelecidos pela renascença. Entre outras mudanças, percebemos o surgimento de pinturas e esculturas marcadas por formas retorcidas e tensas. A preocupação em reforçar o racionalismo e equilibrá-lo com as emoções perde campo para uma arte mais emotiva e cotidiana.  A valorização das cores e a contraposição de luzes e sombras contribuíam
na demonstração dos gestos e estados de espírito do homem.
O Barroco se realiza ,basicamente ,por meio de duas tendencias ou correntes :o cultismo e o conceptismo.Conrrespondem a duas maneiras de conheçer e de seres e os fenomenos.
O cultismo caracteriza-se por um processo de descrição sobretudo externa, explorando os aspectos plásticos e sensoriais do ser ou fenômeno, tais como sua forma , som,cores contornos,volume, movimento, odores, matéria, textura, etc .O cultismo alimenta a fantasia na busca de novas imagens e sensações.Por isso seu uso mais intenso ocorre na poesia.Também denominado Gongorismo, pois o mais destacado cultor deste procedimento estético foi o escritor Luís de Gôngora.
Um exemplo de estilo Barrocol cultista pode ser observado neste soneto de Gregório de Matos:

Pintura admirável de uma beleza


Vês esse Sol de luzes coroado?
Em pérolas a Aurora convertida?
Vês a Lua de estrelas guarnecida?
Vês o Céu de Planetas adorado?

O Céu deixemos; vês naquele prado
A Rosa com razão desvanecida?
A Açucena por alva presumida?
O Cravo por galã lisonjeado?

Deixa o prado; vem cá, minha adorada,
Vês de esse mar a esfera cristalina
Em sucessivo aljôfar desatada?

Parece aos olhos ser de prata fina?
Vês tudo isto bem? Pois tudo é nada
À vista do teu rosto, Caterina.






O conceptismo, pelo contrário é um processo que busca conhecer as em coisas na sua essência intima trabalhando com as idéias. Explora os significados das palavras usa e abusa da inteligência, e do raciocínio. Compraz-se nos jogos de palavras, nas sutilizas do pensamento. Por isso ocorre principalmente na prosa. Nosso principal escritor barroco conceptista foi o Pe. Antônio Vieira, que tinha tendência em optar pela argumentação engenhosa, que pode ser observada, por exemplo, nesse trecho de um dos seus Sermões:
     “Que Demócrito não se risse, eu o provo; Demócrito ria sempre. Logo, nunca ria. A conseqüência parece difícil e é evidente. O riso, como diz os filósofos, nasce da novidade ou da admiração, cessa também o riso; e como Demócrito se ria dos ordinários desconcertos do mundo, e o que é ordinário se vê sempre não podendo causar nem admiração nem novidade, segue-se que nunca ria, rindo sempre, pois não havia matéria que motivasse o riso.”
 Obs: É importante, porém, observar que o cultismo e o conceptismo podem ambos, ocorrerem tanto na poesia quanto na prosa e os dois podem ocorrer conjuntamente num mesmo texto, mesclando-se.


O Barroco no Brasil:

   No Brasil o Barroco expressou o período mais efervescente da colónia, convencionalmente se inicia em 1601 com a publicação do poema Prosopopeia de Bento Teixeira, estendendo-se ate 1768,quando Claudio Manuel da Costa publica suas obras fundando o Arcadismo.
escultura de Aleijadinho
:http://blogsabedetudo.blogspot.com/
As manifestações culturais refletem uma estrutura social e econômica de pais colónia.Devido a cultura açucareira,somente em algumas cidades  onde se encontravam o desenvolvimento de produção havia alguma atividade cultural.Vive-se aqui o que os críticos chamam de “ecos” do barroco europeu.Assim Ricamente representado nas igrejas da Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco e, sobretudo, de Minas, o Barroco brasileiro impôs seu próprio ritmo de difusão, alterando e misturando na arquitetura os estilos maneiristas, barroco e rococó. A produção mais importante é a da escola mineira, cujo florescimento é favorecido pelo ciclo do ouro. Mais original do que a produção litorânea, diretamente vinculada aos modelos europeus o barroco mineiro inovou na estrutura e na forma. Sem romper com a temática religiosa, a escultura de Aleijadinho expressa uma forte alusão popular e emprega materiais brasileiros, como a pedra-sabão.  

Mestres de obra, artífices e artesãos negros, índios e mulatos enriquecem de mitologias naturalistas e símbolos pagãos os meios expressivos importados da Europa.
Manifestando-se menos nas fachadas e muito mais nos interiores cobertos de ouro, o Barroco brasileiro corresponde às primeiras afirmações da nacionalidade e, pelo menos durante algum tempo, exprime tanto os interesses das camadas dominantes quanto a criatividade popular.
A arte  Barroca no Brasil se destaca de diversas formas ,nas quais iremos citar posteriormente:
·        Arquitetura;

·        Literatura;
      ·        Teatro;
·        Música;
·        Poesia;
·        Prosa;
·        Escultura;e
·        Pintura.
                                          
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